CONGRESSO INTERNACIONAL DO LIVRO, LEITURA E LITERATURA NO SERTÃO

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O Sertão de Pernambuco, apesar das dificuldades econômicas provocadas, principalmente, pelos efeitos da seca, possui alguns polos de desenvolvimento acelerado. Petrolina e o Vale do São Francisco são um maior exemplo disso. Porém, o
acesso a bens e equipamentos culturais, principalmente pelas classes populares, não tem acompanhado o mesmo ritmo. A inexistência de livraria nessa cidade de 340 mil habitantes comprova essa carência. Para discutir essa problemática e implantar políticas voltadas para a produção e circulação do livro, foi realizado pela primeira vez, em 2012, pela UPE-Universidade de Pernambuco Campus Petrolina e Secretaria de Cultura de Pernambuco/Fundarpe, o CLISERTÃO - Congresso Internacional do Livro, da Leitura e da Literatura no Sertão. Esse Congresso, nas três edições (2012, 2014 e 2016) foi realizado com muito sucesso e já beneficiou mais de 30.000 pessoas, entre estudantes (da Educação Básica e Superior), escritores, professores e comunidade em geral. O CLISERTÃO possibilita o debate, com muita consistência, acerca de três “Ls” (Livro, Leitura e Literatura). A partir dessa discussão, compreende-se que as políticas de acesso ao livro envolvem um processo complexo porque é uma cadeia de elementos multifacetados. Isso está demonstrado, por exemplo, na dificuldade de Petrolina, apesar de ser a sétima cidade mais rica de Pernambuco, em manter livrarias funcionando com êxito comercial. A necessidade da realização do CLISERTÃO se justifica, portanto, pela obrigação inerente ao Estado de promover esse debate sobre o Livro, a Leitura e a Literatura. Essa obrigação torna-se mais forte ainda por se tratar de uma região carente desse tipo de debate como é o Sertão/Vale do São Francisco. A realização do CLISERTÃO também se justifica pela necessidade de: a) possibilitar à sociedade do Vale do São Francisco, especialmente professores, alunos, produtores culturais e escritores, momentos de reflexão e de vivência que têm o Livro, a Leitura e a Literatura como eixo norteador; b) vivenciar atividades voltadas para o universo da linguagem e suas diversas formas de uso; c) discutir a implantação de políticas públicas que propiciem o acesso ao livro; d) propiciar a interação entre sujeitos de contextos sociais e geográficos diferentes, mas que têm o contato com o livro e/ou a leitura/literatura como elemento em comum; e) debater os conceitos acerca do Sertão como espaço imagético-discursivo; f) discutir políticas de democratização do livro, com foco nas carências das classes populares; g) refletir acerca da construção imagética do que se convencionou chamar de comunidade de Língua Portuguesa; h) possibilitar aos estudantes da graduação e da pós-graduação, estudiosos e docentes da área de Língua Portuguesa/Educação espaços para a divulgação de seus trabalhos, o aprofundamento de reflexões e a troca de experiências com diferentes perspectivas teóricas e metodológicas.